terça-feira, 24 de agosto de 2010

~Isto

ISTO

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!


Fernando Pessoa


~Controle

Uma onda de sentimentos vêm percorrendo o que resta do meu ser, que está cansado e desiludido. O pior é que eu não sei o que fazer com eles, é como se eu soubesse que eles estão lá, mas eu não consigo decifrá-los e agir conforme o usual.
Isso vem afetando-me de maneiras insuportáveis e eu preciso de ajuda. É difícil adimitir que temos problemas, mas chegou o ponto em que conviver com eles ficou impossível e assustador. Assustador pois é algo que vem tomando conta de mim sem que eu permita; eu preciso estar no controle de mim mesma!



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

~Wonderwall

Não importava se minhas barreiras estivessem ao chão; não importava a destruição que ela fez dentro dessas barreiras, deixando apenas velhas memórias que, aos poucos, o fogo foi consumindo e tornando-as em pó; não importava se eu não quisesse mais me reerguer e deixava-me levar através do vento; não importava se eu estivesse prestes a desistir; o sol continuou nascendo dia após dia, talvez, à espera de algo que pudesse me reerguer, me manter segura.
Por muitas vezes eu desejei desistir de tudo, entregar as cartas, mas alguma coisa me impedia de fazer isso, que eu encontraria algo que eu pudesse me segurar, alguém que estendesse a mão e me tirasse desse abismo no qual eu estava caindo.
Mas, em um dia nada especial, eu a conheci. Foi como recuperar o fôlego, como se aquela mão estivesse sendo estendida para mim, mesmo ela não sabendo disso.
E ela me ajudou com algo que eu não conseguiria sozinha, ela reconstruiu o que tinha sido devastado.

~Desconhecido

Deparo-me com a imensidão,
Linda e bela imensidão.
Deparo-me com algo que eu nunca tinha visto,
O Desconhecido me espera!

À procura do intangível,
Sê cautelosa
E saia sem marcas.
Sê cautelosa
E perca a chance de conhecer o Paraíso.

À procura do intangível,
Sê corajosa
E saia machucada.
Sê corajosa e desfrute das belezas do Éden.

Agora que eu soube
Da existência de tal magnífico lugar,
Eu quero o Desconhecido,
Eu preciso do Desconhecido.


Eu quero explorar terras
Que nenhum homem
Teve permissão para entrar.
Eu quero experiências
Que me farão sofrer em alegrias.
Eu quero sentimentos,
Por mais supérfluos que sejam.
Eu quero o Desconhecido,
Eu preciso do Desconhecido!